Então você é criativo?

Você se considera uma pessoa criativa? Se é daqueles que nunca achou que a criatividade era pra você, leia este artigo.

 

Ser criativo é muito relativo. E, primeiramente, salvaguardo meu direito de também explicar o que é “relativo”. É tudo aquilo que tem uma certa relação, mas não é tomado em sentido absoluto. No âmbito comportamental é possível alcançar o entendimento de que seja algo flexível. Se é relativo, isso pode ou não acontecer ou isso pode ou não mudar com o tempo e a situação em que é exposto.

 

Então, podemos levar em conta essa relatividade.

 

Pois bem. Ser criativo sempre foi muito ligado às áreas de publicidade no sentido geral. Se a pessoa é criativa, na mesma hora remetemos ao que convencionamos chamar de agência de comunicação porque ela exerce a atividade de “criar coisas”. E, obviamente, todos sabemos que só um departamento é chamado de “criação”. Há muitos outros cargos e funções que também bebem dessa fonte e convivendo com outras titulações, setores, meios e idades, acabamos por descobrir que a criatividade que as pessoas insistem em aprisionar nas grades curriculares de universidades, nada mais é do que uma característica inerente ao ser humano. É arte de combinar coisas e, assim, transformá-las em algo novo.

 

Murilo Gun, um famoso comediante/palestrante/professor brasileiro, é uma das pessoas que sempre incentivam isso em seus ouvintes e alunos. Em uma palestra, ele disse que sempre que você fizer uma pergunta a uma criança “dificilmente ela dará uma resposta certa, mas com toda certeza ela dará uma resposta criativa”. E puxando por essa teoria, as crianças não têm filtro para criar o universo em que vivem. E, é claro, muitas delas na fase adulta serão músicos, arquitetos, cozinheiros, fotógrafos e uma infinidade de outras carreiras que necessitem ou não de diploma. Nem todas as crianças se tornam publicitárias, caso contrário teríamos um mundo com apenas um segmento.

 

E esse mix de vivências é que transformam a criatividade em um meio que é alimentado pelo repertório. E por razão desses caminhos temos a possibilidade de modificar os sentidos, o cenário e a nós mesmos. Sei que soa até bem dizer “sim, eu sou criativo” quando somos perguntados sobre a nossa profissão, mas isso ajuda ainda mais a tornar verdadeiro aquele velho chavão de que “nossos pais não entendem o que nós fazemos”. E se mudássemos um pouco a rota? Aquele carro que a sua mãe tanto quer depois de ter visto o anúncio de jornal, fala pra ela que você faz esse tipo de material e como é que aquele anúncio chegou até ela. O barbeador que seu pai viu no supermercado com um wobbler interativo, comenta como é o processo pra divulgar aquele produto. Fala que você desperta a vontade de querer comprar. Aproveitando da oportunidade, compre essa briga. Mude o significado das coisas para uma mensagem mais clara e inteligível.

 

Quando a pessoa que trabalha no café faz uma cobertura de bolo em pó só com os restos de bolacha quebradas, então ela é criativa. Quando, para não bater sol na poltrona da entrada, alguém organiza a cortina para ela ficar entreaberta e vazar a luz só para um lado específico: ela também é criativa. Quando lá na sua casa você usa um tempero diferente e cria um prato totalmente inusitado, você é criativo.

 

Criatividade é algo que você usa para resolver algum problema ou para dar uma melhor utilidade a alguma coisa.

 

Criatividade é algo que você usa para resolver algum problema ou para dar uma melhor utilidade a alguma coisa. É a busca pela inovação, independente da área. Ter essa opção para resolver o problema dos outros e ainda ser valorizado por isso transforma o serviço remunerado em trabalho recompensado. É assim que a gente vê. É assim que a gente faz. Se você ainda não sente isso como verdade, então é porque precisa passar um tempinho com a gente. É por isso que nós estamos sempre aqui e online. Online sempre que é possível. Bom, isso é relativo.